by José Márcio Castro Alves
Durante a ditadura Vargas (1930 até 1945), os prefeitos eram nomeados e chamados de interventores, com mandatos não superiores a dois anos. Logo no início da chamada revolução de 1930 fora nomeado prefeito de Altinópolis o sr. Joaquim Ferreira, no biênio 1930/31, sendo que o mesmo seria novamente prefeito, mas eleito, no período de 1948 a 1951. Joaquim Ferreira era genro do riquíssimo fazendeiro Cel. José Manoel de Souza Meirelles.
São inúmeros os relatos sobre a personalidade do sr. Joaquim Ferreira, não só como homem, pai de família ou prefeito.
--- Ele levava pão e leite para os funcionários da prefeitura todos os dias, comenta o também ex prefeito Coimbra Damázio Zuccolotto, que fora fiscal da fazenda Jatobá por muitos anos, de propriedade do sr. Joaquim Ferreira.
À época, Altinópolis sofria com o abastecimento de água potável e um estudo para o grandioso projeto já havia sido feito na gestão Joaquim Ferreira, embora não concluído. O sucessor, dr. Adhemar Villela de Figueiredo (prefeito de 1952 a 1955), relembra de como fora eleito para resolver o problema da água em Altinópolis.
José Márcio Castro Alves
mapim53@yahoo.com.br
Dr. Olavo Queiroz Guimarães, o maior empreendedor de Altinópolis.
por José Márcio Castro Alves
Paulista de Jundiahy, Olavo Queiroz Guimarães nasceu em 1 d e novembro de 1872. Ingressou na faculdade de medicina na Bahia em 1894 mas transferiu-se para o Rio de Janeiro onde colaria grau em 1899, praticamente junto com a instauração do governo provisório da república.
Médico e político, foi vereador e prefeito de Jundiahy, mas sempre exercendo a atividade de agricultor.
Em 1928 é eleito deputado estadual por São Paulo juntamente com o Engenheiro Sylvio Ribeiro da Silva e o escritor Menotti Del Picchia, pelo PRP.
Com a instauração da ditadura a partir de 1937, arrematou a fazenda Selado no município de Altinópolis que fora a leilão, empreendimento aconselhado pelo amigo Sylvio Ribeiro da Silva, também de Altinópolis.
A relação de amizade entre os dois ex-deputados depostos por Vargas se intensificou. Por influência de Sylvio Ribeiro da Silva, o Dr. Olavo resolve comprar um prédio velho na esquina da praça central de Altinópolis para construir no local o que seria o edifício mais importante de Altinópolis, o que lhe daria também o próprio nome na antiga Praça da Matriz, ficando a partir de 1946, o ano da inauguração do edifício que também leva o seu nome, a nova Praça Dr. Olavo Guimarães.
O Salão Paroquial, anexo ao edifício Dr. Olavo, juntamente com todos os equipamentos, foi doado à paróquia com a condição de nunca ser vendido ou desfeito.
Assista o depoimento de quem conheceu esse grande empreendedor que muito fez por Altinópolis.
1949, uma página gloriosa.
por José Márcio Castro Alves
Clique na foto e amplie os campeões Gatti, Massa, Edson, Coelho, Manoel, Wander, Delcídio, Faísca, Dirceu, Dari e Gatinho. Desde menino ouvia as histórias que o meu pai, Flávio de Figueiredo Alves, o Faísca, contava sobre futebol e o grande feito do Altinópolis Futebol Clube em 1949: Campeão Amador do interior do Estado de São Paulo.
De vez em quando ele mostrava a medalhinha da Federação Paulista de Futebol. Miudinha...
Naqueles tempos, o respeito, o orgulho e o civismo enalteciam as pessoas, por mais simples que fossem, a marca registrada das gerações de 1920 e 1930, no tempo em que havia respeito, lealdade e civismo, ideais primeiros na formação de uma pátria.
--- Você é filho do Faísca? Conheci demais. Joguei futebor com ele, uai! Quantos ano...
Assim me cumprimentavam ao saberem que eu era filho do Faísca. Por décadas o assunto era o Altinópolis campeão, o glorioso AFC de 1949. A comemoração da vitória foi na sede do Clube 9 de Março, atual câmara municipal, onde reuniu as principais lideranças da cidade. Discursos eloqüentes e vivas aos campeões em festa que varou noite adentro.
Do glorioso Altinópolis Futebol Clube, os atletas Gatti, Massa, Edson, Coelho, Manoel, Wander, Delcídio, Faísca, Dirceu, Dari e Gatinho, a maioria já partiu.
Edmar Vicentini, um altinopolense “da gema”, fala com orgulho sobre as glórias do esporte amador de Altinópolis (AFC) em entrevista concedida ao "Memorial do Esporte" – 2006
Clique na foto e amplie os campeões Gatti, Massa, Edson, Coelho, Manoel, Wander, Delcídio, Faísca, Dirceu, Dari e Gatinho. Desde menino ouvia as histórias que o meu pai, Flávio de Figueiredo Alves, o Faísca, contava sobre futebol e o grande feito do Altinópolis Futebol Clube em 1949: Campeão Amador do interior do Estado de São Paulo.
De vez em quando ele mostrava a medalhinha da Federação Paulista de Futebol. Miudinha...
Naqueles tempos, o respeito, o orgulho e o civismo enalteciam as pessoas, por mais simples que fossem, a marca registrada das gerações de 1920 e 1930, no tempo em que havia respeito, lealdade e civismo, ideais primeiros na formação de uma pátria.
--- Você é filho do Faísca? Conheci demais. Joguei futebor com ele, uai! Quantos ano...
Assim me cumprimentavam ao saberem que eu era filho do Faísca. Por décadas o assunto era o Altinópolis campeão, o glorioso AFC de 1949. A comemoração da vitória foi na sede do Clube 9 de Março, atual câmara municipal, onde reuniu as principais lideranças da cidade. Discursos eloqüentes e vivas aos campeões em festa que varou noite adentro.
Do glorioso Altinópolis Futebol Clube, os atletas Gatti, Massa, Edson, Coelho, Manoel, Wander, Delcídio, Faísca, Dirceu, Dari e Gatinho, a maioria já partiu.
Edmar Vicentini, um altinopolense “da gema”, fala com orgulho sobre as glórias do esporte amador de Altinópolis (AFC) em entrevista concedida ao "Memorial do Esporte" – 2006
Após 60 anos, a rua principal de Altinópolis (Renato Jardim) mudou de nome.
by José Márcio Castro Alves
Paulo Garcia Palma nasceu 2 de maio de 1915, na rua Renato Jardim. Cursaria o grupo escolar em Altinópolis e o ginásio em Batatais, bacharelando-se em direito pela USP, em São Paulo. Não faria carreira como advogado, uma vez que herdaria dos pais a fazenda Invernada e seguiria como agricultor e pecuarista por toda a sua vida. O cel. Honório doaria em vida um riquíssimo patrimônio para os filhos homens, respectivamente,
José de Figueiredo Palma (major), Manoel Garcia Palma (capitão), Honório Garcia Palma (tenente), Paulo Garcia Palma e Luís Garcia Palma. Cada um dos filhos herdaria uma fazenda, todas muito bem aparelhadas e produtivas.
Ao longo da carreira como produtor rural, o dr. Paulo Garcia Palma faria um patrimônio vultuoso de terras, às custas principalmente da cafeicultura. E foi o único dos irmãos que seguiria a carreira política. Prefeito nomeado (era Vargas) de 1941 a 1947 e posteriormente, em eleições livres, sucederia o colega de faculdade e também prefeito, dr. Adhemar Villela de Figueiredo, ocupando a prefeitura de 1956 a 1959.
Ainda na gestão Dr. Paulo Garcia Palma, o seu pai, o cel. Honório Vieira de Andrade Palma, faleceria em 6 de julho de 1958. Por ter maioria na Câmara de Vereadores, foi aprovada a troca do nome da rua principal da cidade (rua Capitão Renato Jardim) pelo nome cel. Honório Palma.
Como em muitos municipios, muitas eram as ruas com nomes de datas cívicas. A rua paralela e abaixo da da rua Major Garcia chamava-se Rua 7 de Setembro, que daria lugar ao nome Rua Fernando Vicentini por ocasião do seu falecimento. Louvável a homenagem.
A rua de cima e paralela à rua cap. Renato Jardim, chamava-se rua XV de Novembro. Poderia ter sido substituída por rua cel. Honório Palma, também uma justa homenagem, pois fora ele um vencedor que muito lutou por Altinópolis como líder político. Mas o que se fez foi tirar o nome de uma rua tradicional e substituí-la pelo nome do pai do então prefeito, o cel. Honório Palma, sem a devida consulta popular.
O episódio causaria indignação por parte dos familiares do capitão Renato Jardim e dos adversários políticos, além de muitos munícipes e comerciantes que tinham o nome da Rua cap. Renato Jardim como uma referência de suas vidas. O tempo se encarregaria de apagar o fato.
Também na gestão do dr. Paulo Garcia Palma um intenso programa de combate à moléstia de Chagas seria colocado em debate. O principal causador da doença eram as taperas e casas de pau-a-pique, sem forros, ambiente ideal para a proliferação do barbeiro, transmissor do Trypanosoma Cruzi. A solução era de higiene, de natureza habitacional adequada. Estatísticas oficiais foram realizadas e um projeto de urbanização com casas populares fora discutido.
O Agricultor João Montans se propôs a doar uma grande área de terras para ser construído o ginásio estadual e também um novo bairro popular para os habitantes de baixa renda. O terreno doado se transformou na atual Vila Maria. Com o dinheiro arrecadado com o loteamento se faria a construção do prédio do ginásio, o que foi feito. Posteriormente, na Câmara de Vereadores, fora sugerido o nome Ginásio Estadual Dona Carolina Montans, a mãe de João Montans, o doador dos terrenos. O projeto não foi aprovado por uma questão de minoria. Optou-se pelo nome do professor Antonio Barreiros.
A inauguração oficial do Ginásio Estadual deu-se em 11 de Agosto de 1959, ainda na gestão do dr. Paulo. Um desfile monumental marcaria a data como uma das principais realizações do prefeito Paulo Garcia Palma que, após a carreira política, seria um dos fundadores do Sindicato Rural de Altinópolis (patronal), como também o construtor do Hospital São Paulo, o qual não doou ao município.
O motivo do empreendimento seria para que o governo estadual fizesse convênio com o hospital São Paulo e pudesse assim funcionar a medicina popular na cidade, uma vez que as instalações do Hospital de Misericórdia não preenchiam os requisitos exigidos pela legislação. O Hospital São Paulo chegou a funcionar por um período curto, mas seria fechado por problemas políticos relatados minuciosamente pelo proprietário, uma vez que todo o convênio de serviços e medicamentos do Estado fora transferido para o Hospital de Misericórdia, mesmo sem possuir o que previa a legislação (uma nova construção seria realizada posteriormente junto às antigas instalações).
O dr. Paulo Garcia Palma, a exemplo de todos os seus irmãos e irmãs, sempre foi um homem reto e sério, probo, austero e educado. Faleceu em 2004 e está sepultado em Altinópolis, a sua terra natal.
Em Agosto de 2000, o dr. Paulo Garcia Palma nos concedeu uma entrevista onde comentou sobre o seu tempo.
Paulo Garcia Palma nasceu 2 de maio de 1915, na rua Renato Jardim. Cursaria o grupo escolar em Altinópolis e o ginásio em Batatais, bacharelando-se em direito pela USP, em São Paulo. Não faria carreira como advogado, uma vez que herdaria dos pais a fazenda Invernada e seguiria como agricultor e pecuarista por toda a sua vida. O cel. Honório doaria em vida um riquíssimo patrimônio para os filhos homens, respectivamente,
José de Figueiredo Palma (major), Manoel Garcia Palma (capitão), Honório Garcia Palma (tenente), Paulo Garcia Palma e Luís Garcia Palma. Cada um dos filhos herdaria uma fazenda, todas muito bem aparelhadas e produtivas.
Ao longo da carreira como produtor rural, o dr. Paulo Garcia Palma faria um patrimônio vultuoso de terras, às custas principalmente da cafeicultura. E foi o único dos irmãos que seguiria a carreira política. Prefeito nomeado (era Vargas) de 1941 a 1947 e posteriormente, em eleições livres, sucederia o colega de faculdade e também prefeito, dr. Adhemar Villela de Figueiredo, ocupando a prefeitura de 1956 a 1959.
Ainda na gestão Dr. Paulo Garcia Palma, o seu pai, o cel. Honório Vieira de Andrade Palma, faleceria em 6 de julho de 1958. Por ter maioria na Câmara de Vereadores, foi aprovada a troca do nome da rua principal da cidade (rua Capitão Renato Jardim) pelo nome cel. Honório Palma.
Como em muitos municipios, muitas eram as ruas com nomes de datas cívicas. A rua paralela e abaixo da da rua Major Garcia chamava-se Rua 7 de Setembro, que daria lugar ao nome Rua Fernando Vicentini por ocasião do seu falecimento. Louvável a homenagem.
A rua de cima e paralela à rua cap. Renato Jardim, chamava-se rua XV de Novembro. Poderia ter sido substituída por rua cel. Honório Palma, também uma justa homenagem, pois fora ele um vencedor que muito lutou por Altinópolis como líder político. Mas o que se fez foi tirar o nome de uma rua tradicional e substituí-la pelo nome do pai do então prefeito, o cel. Honório Palma, sem a devida consulta popular.
O episódio causaria indignação por parte dos familiares do capitão Renato Jardim e dos adversários políticos, além de muitos munícipes e comerciantes que tinham o nome da Rua cap. Renato Jardim como uma referência de suas vidas. O tempo se encarregaria de apagar o fato.
Também na gestão do dr. Paulo Garcia Palma um intenso programa de combate à moléstia de Chagas seria colocado em debate. O principal causador da doença eram as taperas e casas de pau-a-pique, sem forros, ambiente ideal para a proliferação do barbeiro, transmissor do Trypanosoma Cruzi. A solução era de higiene, de natureza habitacional adequada. Estatísticas oficiais foram realizadas e um projeto de urbanização com casas populares fora discutido.
O Agricultor João Montans se propôs a doar uma grande área de terras para ser construído o ginásio estadual e também um novo bairro popular para os habitantes de baixa renda. O terreno doado se transformou na atual Vila Maria. Com o dinheiro arrecadado com o loteamento se faria a construção do prédio do ginásio, o que foi feito. Posteriormente, na Câmara de Vereadores, fora sugerido o nome Ginásio Estadual Dona Carolina Montans, a mãe de João Montans, o doador dos terrenos. O projeto não foi aprovado por uma questão de minoria. Optou-se pelo nome do professor Antonio Barreiros.
A inauguração oficial do Ginásio Estadual deu-se em 11 de Agosto de 1959, ainda na gestão do dr. Paulo. Um desfile monumental marcaria a data como uma das principais realizações do prefeito Paulo Garcia Palma que, após a carreira política, seria um dos fundadores do Sindicato Rural de Altinópolis (patronal), como também o construtor do Hospital São Paulo, o qual não doou ao município.
O motivo do empreendimento seria para que o governo estadual fizesse convênio com o hospital São Paulo e pudesse assim funcionar a medicina popular na cidade, uma vez que as instalações do Hospital de Misericórdia não preenchiam os requisitos exigidos pela legislação. O Hospital São Paulo chegou a funcionar por um período curto, mas seria fechado por problemas políticos relatados minuciosamente pelo proprietário, uma vez que todo o convênio de serviços e medicamentos do Estado fora transferido para o Hospital de Misericórdia, mesmo sem possuir o que previa a legislação (uma nova construção seria realizada posteriormente junto às antigas instalações).
O dr. Paulo Garcia Palma, a exemplo de todos os seus irmãos e irmãs, sempre foi um homem reto e sério, probo, austero e educado. Faleceu em 2004 e está sepultado em Altinópolis, a sua terra natal.
Em Agosto de 2000, o dr. Paulo Garcia Palma nos concedeu uma entrevista onde comentou sobre o seu tempo.
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